É possível ficar rico cobrando altos valores por um produto que o mundo inteiro conhece há séculos e pelo qual está acostumado a pagar barato? Howard Shultz prova que sim. Funcionário da Starbucks na época em que a empresa vendia apenas grãos de café, ele tentou convencer seus chefes a também vender a bebida pronta, fazendo das lojas um espaço de convivência social. Decepcionado com a recusa dos proprietários, ele criou sua própria cafeteria, ficou rico, comprou a Starbucks e exportou seu modelo por todo o mundo.
Howard nasceu em uma família judia no bairro do Brooklin, em Nova York. De origem humilde, seu pai era motorista de caminhão e a família vivia em um conjunto habitacional para pessoas de baixa renda. Sua grande paixão na infância eram os esportes, especialmente baseball, basquete e futebol americano. Graças a este último, o jovem ganhou uma bolsa na Northern Michigan University, tornando-se o primeiro membro da família a chegar à faculdade.
Após se formar em Comunicação, em 1975, ele começou a trabalhar como vendedor da Xerox. Quatro anos depois, tornou-se responsável para operação nos Estados Unidos de uma fabricante sueca de máquinas de café. Em 1981, ele ficou curioso com o rápido crescimento das encomendas de filtros de plástico de uma empresa chamada Starbucks, e resolveu ir até Seattle conhecê-la pessoalmente.
Ao chegar no local, ele ficou impressionado com o conhecimento que a empresa tinha de café e com a qualidade do produto que comercializava, e mostrou interesse em trabalhar com no local. O sonho se tornou realidade no ano seguinte, quando foi contratado como gerente de marketing. Nesta época, a empresa vendia apenas grãos de café, e não a bebida pronta. Porém, em uma de suas viagens de negócios, ele visitou Milão, na Itália, e observou a forte cultura em torno do café existente na cidade. Em cada rua existia uma loja especializada no produto. E além de elas servirem café de boa qualidade, seu espaço também servia como um ponto de encontro para a população.
De volta aos Estados Unidos, Howard tentou convencer seus chefes a adotar um modelo semelhante. Para sua decepção, eles não se mostraram muito receptivos, mas concordarem em realizar esta experiência em uma das unidades. A loja foi um sucesso instantâneo, porém os executivos se recusaram a ampliar o modelo para toda a rede, alegando que não desejavam entrar para o ramo de restaurantes.
Faça você mesmo
A negativa levou Howard a deixar a Starbucks em 1985. Mas ele não desistiu de seu sonho, e passou a correr atrás de investidores dispostos a ceder o capital para que ele abrisse sua própria cafeteria. No ano seguinte, já havia levantado os US$ 400 mil necessários para inaugurar o Il Giornale. Dois anos depois, os donos da Starbucks decidiram se desfazer da rede, e a venderam para Howard por US$ 3,8 milhões.Na sequência, Schultz mudou o nome de suas unidades do Il Giornale para Starbucks, e passou a expandir a rede por todo os Estados Unidos. Ao longo dos anos, Schultz conseguiu a façanha de convencer os norte-americanos a pagar caro por uma bebida pela qual eles estavam acostumados a pagar centavos, graças à qualidade do produto oferecido e ao ambiente acolhedor que conseguiu criar em suas cafeterias.
Atualmente, a Starbucks é a 52ª marca mais valiosa do mundo, avaliada em US$ 70,9 bilhões pela revista Forbes, e conta com mais de 21 mil unidades espalhadas por 65 países ao redor do mundo
Fonte: Terra
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